O som que o silêncio me traz.


Nem sempre é tão simples falar quando se tem um turbilhão na cabeça. Enxurrada de sensações, saudades, sentimentos... Uma avalanche de emoções! É tanta coisa que fica complicado traduzir em limitadas palavras, nesse momento só o silêncio tem o tamanho exato pra tudo o que acontece.
No silêncio cabe o choro que fora contido, o riso das lembranças do que um dia foi concreto, a certeza de que lá na frente tudo ficará bem, de que toda situação é finita, tem prazo de validade! Só por meio do silêncio temos a grande oportunidade para refletir. Só calando podemos olhar pra dentro de nós e perceber o que precisa ser alterado, transformado, ajustado para que sejamos melhores.
Só o silêncio garante a audição perfeita para ouvir as estratégias certas vindas da pessoa certa, para agir, para ir em frente, para dar o passo quando necessário, para recuar quando for preciso.
Eis o meu momento: silenciar, ponderar, rever conceitos, me reconstruir, me garantir um tempo para ouvir o que se passa em mim e não mais o que os outros querem que eu revele ser. Sair um pouco da postura de forte e inabalável, ser sincera comigo mesma e assumir minha humanidade, minha fragilidade. Entender que todo mundo tem altos e baixos e que por isso mesmo todos tem direito a um momento para se reinventar, resgatar a essência que os problemas tentam manchar e não há melhor aliado para fazê-lo do que o silêncio.
Muito mais do que a ausência de ruídos, o silêncio transforma-se em esperança, na tentativa de olhar dentro dos meus próprios olhos, de ficar cara a cara com meu próprio eu, sem me importar com o que pensem ou conjecturem ao meu respeito. O meu silêncio é meu, tão somente meu. Meu espaço, meu momento, minha hora, minha oportunidade de reconstruir os castelos que as ondas derrubaram, de reescrever os textos que o tempo apagou, de permitir que renasçam os sonhos que as circunstâncias tentaram frustrar. É no silêncio que consigo ouvir o barulho de que uma nova história baterá à minha porta no tempo oportuno.

Camila Matos

O que faz bem.



"Acho a maior graça. Tomate previne isso, cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos. Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.
Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo, faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde! E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!"

Martha Medeiros